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Independência ou morte! Morte?


Autor: Carlos Raphael Rocha

Gabriel saiu da aula de história e não conseguiu tirar a famosa frase de sua cabeça.
Às margens do rio Ipiranga, Dom Pedro II soltou seu famoso bramido: “INDEPENDÊNCIA OU MORTE”. Todos nós sabemos qual foi o resultado. Temos um país livre desde 1822. Não somos mais uma colônia portuguesa desde então.
O que incomodava Gabriel, no entanto, não era o ato em si, mas o que teria acontecido se a primeira solução não fosse acatada. E se a morte fosse a opção escolhida? Morte de quem? De quantas pessoas?
Na hora do almoço, mal mexeu em sua comida. Não conseguiu se concentrar nas tarefas de casa que os professores haviam passado. Foi para a Internet e nem sabia o que pesquisar. Em seu videogame, fez suas piores pontuações. Sua cabeça só pensava em uma coisa: MORTE!
Que impacto essa aula de história faria na cabeça dessa criança de 11 anos? O próprio Gabriel se fez esta pergunta. Logicamente, procurou respostas em todos os lugares e, com muito esforço, conseguiu ânimo para sair de casa e seguir com sua vida.
Foi para a rua, deitou-se no chão da praça e ficou olhando para o céu. A calmaria do céu azul o fez relaxar e ele imaginou cenários que poderiam ter ocorrido caso a opção de “morte” tivesse sido escolhida no lugar de “independência”. Teria sido melhor?
Hoje, ele está livre. Livre de quê? Ele quem? Gabriel ou o país?