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Resultado da Votação: Traição

Os desafiantes parecem mais relatar o coração do que descrever uma simples história de traição. Não é à toa que o coração é um músculo, e este, quanto mais usado, melhor fica. Já nossa votação, sem trair ninguém, teve seu primeiro vencedor, sem necessidade de tapetão:

de Rós: 2 votos;

Cecília: 1 voto.

Parabéns ao Gabriel de Rós, pela nova forma de apresentação de texto, inédita neste blog até então; por mais uma vitória; e aguardamos a escolha do novo tema. Mas sem contrariar a confiança alheia.

| Quarta Rodada Resultado Traição


Votação da Quarta Rodada: Traição

“Um homem sem chifres é um animal desarmado.” Apesar de outros tipos de traições, esta é a mais falada. Não falemos mais das outras, ou desta, mas escrevamos na votação, clicando no tópico deste post, ou aqui.

Votação

Leia os textos e vote no que mais lhe agradou, até o dia 31 de outubro. Não se deixe trair nem ser traído.

| Quarta Rodada Traição Votação


Traição

Quanto me dói quando tu entra em ação

atravessa meu peito como golpe de facão

 

Dói como aço derretido,

por que comigo?

 

Eu lhe confiei

mas agora não sei

o que farei

 

O que quer de mim?

o meu fim?

se sim,

terminamos assim

 

Adeus para ti,

agora e aqui

de você desisti

 

Tu foi meu amor

hoje me causa pavor

mesmo com este ardor

lhe dou um adeus

graças a Deus.

 

Autor: Gabriel de Rós

| Quarta Rodada Traição


Arrependimento (?)

E ela estava só, mesmo com centenas de pessoas ao seu redor. Sentia um vazio por dentro, que ela nunca tinha sentido antes. Como se tivessem arrancado seu coração e esmagado ele. Ela sabia o que era aquilo, mas não sabia o porquê. Até algumas horas antes, tudo estava tão perfeito, ela estava tão feliz… Mas a realidade deu-lhe um tapa na cara, mostrando que ninguém pode estar muito feliz, porque não é permitido. A felicidade é restrita, contida.

Mas como a realidade fez isso? Fácil. Fez ele trair ela, fez ela ver tudo. Simples assim. Aquele tapa na cara era mais que simples dor. Ela quase desmaiara diante daquela cena. E o pior: não sabia se chorava, gritava ou pegava um revólver. Mas era mais provável que fosse a última opção.

Ela não sabia se estava mais irritada com ele ou com ela mesma, para falar a verdade. O mundo era muito injusto. Por que isso não poderia acontecer com outro casal? Por que tinha que acontecer justo com eles, que estavam tão bem? Ela não entendia o motivo de ele precisar trair ela. Ela sem​​pre fez ele feliz, fazia ele sorrir todo dia, dava todo seu amor para ele. Não entendeu porque ele trocou tudo isso por algumas horas com outra. Já tinha feito planos para sua vida inteira, e ele estava em todos eles. Sonhava em se formar, com ele ao seu lado. Sonhava em ter filhos com ele.

E, em menos de um minuto, todos esses sonhos de meses, anos, desmoronaram, criando uma enorme e desordenada pilha no chão. Viu ele correndo em sua direção, mas ela era mais rápida e correu para sua casa, o mais rápido que conseguiu. Queria, naquele momento, fugir de todo mundo. Chegando em seu quarto, se jogou em sua cama e chorou alto em seu travesseiro durante o que pareceram horas, mas logo suas lágrimas foram silenciadas pelo barulho da porta, que estava sendo esmurrada com toda força. Como se quisessem quebrá-la. Como se quisessem entrar, urgentemente.

Começou a ouvir palavras de arrependimento, de perdão. De desculpas que pareciam sinceras. Mas fingiu que não ouviu. Achou que tivesse ouvido um choro de dor do outro lado da porta, mas ignorou. Ele teve sua chance com ela. Por mais que talvez ele estivesse arrependido, ela estava mais, naquela hora. Por ter confiado. Por ter amado. Ele teve sua chance. Agora não importava mais.

Autora: Cecília Paulina Johann Dammann

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Vazio

Era a única coisa que ela sentia.

E desabou. Ali mesmo, no meio de todas aquelas fotos, das cartas que lotavam o quarto dela ao invés de encherem a caixa de correio dele, das músicas que compunham a trilha sonora dos dois. Chorou até não poder mais com o rosto enfiado no travesseiro. Gritou tão silenciosamente que nem sequer podia se ouvir. Por que tinha que doer tanto? E por que ela nunca era suficiente? Ela se torturava com essas perguntas. Quanto a ele, ele não estava mais ali. Na noite passada, bebeu algumas e resolveu que a melhor amiga dela daria uma boa distração. E assim foi.

Acho que ele se cansou dessa melhor amiga. Na mesma noite, pegou mais duas meninas, enquanto ela esperava ele voltar pra casa para saber se estava tudo bem. O coração dela era de ouro. E agora, esse ouro havia se partido.

Ele nunca fez o tipo vou-até-o-fim-mundo-por-você. Ele só estava lá por estar, todo mundo sabia disso – menos ela. Ou talvez sabia, mas preferia não acreditar. Nenhuma garota quer trocar a ilusão de ter alguém ao lado dela sempre pela verdade de um filho da put* que só quer pegar e pronto. Nenhuma garota quer ser só mais uma da lista. E talvez seja por isso que doía tanto. Porque ela tinha sido apenas mais uma da enorme e maldita lista dele. O sentimento não era mais recíproco. Ele gostava sim dela, mas o que ela sentia era maior, bem maior. Era amor. E não dá, por mais que você tente e por mais que você implore, não dá pra manter uma relação entre dois corações quando um só bate e o outro só apanha. Não tem como. O amor pode ser gigante, mas uma pessoa só não faz duas felizes.

Autora: Alexia Marcon Watzlawick

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Quarta Rodada

“Seres humanos são terríveis, por natureza. Não confiam uns nos outros. Gostam de ficar sozinhos, pois confiam só em si mesmos. Assim, tem muito mais independência. Fazem de tudo para sobreviver. Porém, depois de um tempo, percebem que é melhor estar na companhia de semelhantes, então permanecem juntos. Desenvolvem-se bem, e são felizes. Começam a confiar e depender dos outros. Mas a verdadeira natureza solitária e egoísta é mais forte… Há um apagão nesta felicidade, repentinamente transformando as suas vidas em um apocalipse. Separam-se novamente, vivendo na solidão. O que foi isso? Uma traição? E se foi, será que foi melhor assim?”

TRAIÇÃO

Os textos devem ser enviados até o dia 26 de outubro, com título e autor, para o e-mail desafioescrito@luzerna.ifc.edu.br. Seja fiel à sua vontade de escrever…

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